domingo, 5 de outubro de 2014

O Som Vivo

Ouço
um som
uma bela
melodia.

Não posso
evitar,
já que
o ouvido
está sendo
demandado
pela vivacidade
deste som!

sábado, 4 de outubro de 2014

Final de Tarde

Após o concreto
a natureza morta
da vida
entre quatro paredes
chego ao final da tarde
em casa
Saio pra mata
e respiro fundo
dentre os sentidos
já esquecidos:
o cheiro
puro
o vento
na cara
o silêncio
escancarado.

A mesa e o cristal

Sobre a mesa
o cristal.
Pureza
do olhar
que se despe
para poder
enxergar
a singeleza
desta cena.

Peço à Sombra

Peço 
à sombra
que harmonize
a cena 
do cotidiano.

Que desenvolva
seu talento
à máxima potência.

Seja o que fores!

Reverberando

Ouço no vizinho
uma conversa despropositada
como quem não sabe
estar reverberando
a manhã
para além
do espaço
da casa.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Ruídos da Noite

Peças de roupas
no chão do quarto.
Dormem aqueles
que buscaram
noite adentro
o desabrochar
da flor
e seus encantos
nos corpos
extáticos.

Alvorecer

O vento soprou
levou as cinzas
da noite boêmia.

Trouxe a alvorada
e consigo
a vida iniciada
na cidade.

Agora o barulho
dos ônibus
assombra
o sono
daqueles
que dormem,
esquecidos da vida.

Manhãs

Todas as manhãs
ela levanta
faz a cama
prepara o café.

O cheiro do café
impregna a cozinha
chega até a sala.

A colcha
é perfeitamente ajustada
à cama feita.

Fragmentos
do [extra]ordinário
cotidiano.