Relato 30.09.2014

Escrevo
Pelas órbitas
Pelo chão
batido.

Faço do papel
Meu mísero
ganha-pão
De cuja
verba
vem do inefável
De cujo
ganho
vem da perda
de si.

Perda
da auto-importância.
Perda
do empapuçamento
deste fétido
pedaço de carne.
Que defeca
Sua, lamenta...

Contudo,
a vida continua
sendo vida.
Longas esperas
Sombras passando
por debaixo da cadeira
do metrô.
Apeteço-me
de toda a nuance
deste labirinto de amor.

Des[a]tino

A estrada vai seguindo...
Visão turva
Vejo vultos passando
A mata em toda a sua
densidade.

A estrada é de terra
Passagem certeira.

Logo estarei
no seu fim de linha

Logo estarei
perto da lareira.

Início de rima:
Fim de semana
uma boa cama
ficar na paz
é assim que se faz.

Testemunhas

Sei que os anos passam
Que os filhos crescem -
veja o Henrique...

Sei também
que a vida a dois
tem suas dores
suas alegrias...

Pudemos
testemunhar
a leveza da vida
em toda sua contradição
chegando hoje,
talvez,
ao ápice de
sua plenitude.

Tenho
tudo isso ao seu lado.

Temos uma vida pela frente
Testemunharemos
outros tantos.
Mas sempre
com humor,
harmonia e união.

Que obra linda
fizemos juntos!

Atributos de Beleza

Traga-nos
o Sol
que refulge
majestosamente.

Traga
a Lua,
com todos
seus
atributos
de beleza.

Mostra-nos
claramente
o limiar
de cada
estação.

Marcando
nosso peito
com aquilo
que não é
tangível
aos olhos.

Impinge
tua beleza
com a chama
abrasadora
do Amor.