segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Um Novo Dia

Alvorece
na cidade escura.
As brumas
da noite 
saem de cena,
dando espaço
para o limiar
daquele que,
juntamente com
os demais
a divagar pelas 
contas da eternidade
é o dia da luz
perene.

Desvanece
o eclipse do tempo
e eclode
um novo amanhecer,
a esfacelar
o arremedo
das sombras,
que sofre
sua derrota final.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Revolta dos Mares


Revolta dos mares
A espreitar as praias
Virginais, nunca antes devastadas
Pela ação do homem.
 
Ergue as ondas
E tal qual o bote
Das gaivotas a mergulhar,
Alcança a praia,
Teu objetivo último.
 
É ali onde
Se encontra este
Lindo atributo
De beleza.
Contemplemos em
Serena resignação.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Mundo Afora

Caso
O amor
Que bate em meu peito
Decidir tomar rumo
E sair mundo afora
A resgatar antigas
Nuances
Que só a vivacidade
Do momento
É capaz,
Que eu venha
Com boas novas
E atinja com o
Ar da paixão
O centro do seu coração,
Fazendo florir esse
Jardim cultivado.

domingo, 15 de novembro de 2015

Estrofe

Trago a estrofe
alavancada pelos
caminhos supremos,
enaltecida pela
ternura dos atos
beligerantes da paz.

És tu,
minha velha
conhecida,
és tu
que desenvolve
a armadura
pela qual
o corpo -
carne e osso -
se sentirá
protegido
das intempéries,
dos maus humores.
Rumores
do mundo.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Vielas e Arbustos

Putrefato.
Tuas aleias
ornamentam
ruas sujas
e mal cuidadas,
e os arbustos
de há muito
não guardam
a finalidade
elevada
a que foram
planejados.

Retoma
o projeto
de vida,
a planta
escriturada
que traz
plenitude a
essas vielas
enchendo-as
de verde
e paz.

domingo, 8 de novembro de 2015

A Cor dos teus Olhos

Soturna
é a cor
dos teus olhos,
despidos,
relegados que estão
à condição precária,
direcionados
ao desvalido suor
dessa lágima seca
que escorre.

Toma partido
e enfrenta
a batalha armada,
arranca desse olhar
a visão que afasta
e toma por inexistente
o brilho desse Sol
que se escancara
ao teu pleno dispor.

domingo, 25 de outubro de 2015

Escolhe o Mar

Estrofe destinada
a repor os argumentos
vazios de um ser
em apreço a distrações
e a atitudes tomadas
diante dos equívocos
das aparências.

Tais aparências, falsas,
degladiam-se com
a visão pura da Realidade,
o cerne, o substrato
que espera em humilde
contentamento
a tomada de consciência
desse ser em marcha.

Peleje ante
aos fatos demarcados,
aos argumentos impostos.

Vê que tu és livre
para escolher os fatos
de tua vida, tuas andanças.

Escolhe o mar, a relva doce
para a qual poderá tomar por
refúgio em épocas distintas
da caminhada rumo ao
encontro final com a
plenitude do eterno.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A Rotina do Banho

Se, ao me colocar de pé e nu dentro deste local, e girar esse objeto redondo que está a minha frente, o que acontece?
A primeira impressão é de que o corpo fica meio que agradecido, pois algo molhado está refrescando, embora com calor, e assim posso sentir de forma pura aquilo que dizem por aí como "tomar um banho".
Rotulo esse extraordinário acontecimento com uma frase: "Estou tomando banho", e infelizmente rapidamente saio da sensação pura da água a tocar o corpo para calcular o que está acontecendo, o que faz daí a rotina do banho.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Noite de Lua

É noite
de Lua Cheia!
Caminho pelos
caminhos noturnos
e observo timidamente
o canto do recolhimento
entoado pelos pássaros
e as cigarras que vão
se preparando para
o findar do dia
almejando
um novo
dia!!

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Estrela

Esfarelada.
A estrela dançante
se desfaz
empoeirando
de pura luz
a batida
compassada
do meu coração.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O Santuário

Toma por ponto
de partida
o ponto de teu
coração flamejante,
é a partir daí
que tua vida
se desdobrará
num sinfonia,
de acordes flutuantes.

A luz da Lua,
por si só,
é motivo de alegria!

O simples caminhar,
apanhando os raios
solares e observando
timidamente
o rodopio do dia
que raia,
é motivo de alegria!

Teu ponto último
é o teu maior amigo,
poeta e profeta!

Confia nas suas
sábias palavras,
desprovidas de
qualquer murmúrio.

É o próprio silêncio
a arrebatar tuas
velhas crenças,
a adentrar
o santuário do
Amor.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Rotas de Fuga

Estrofes arrancadas
desse peito dilacerado
pela realidade
nua e crua.

Tomaste por
impossível
o resgate
do ensimesmamento
dadas as rotas de fuga
deste presídio
que tu mesmo
escolheste
por moradia.
Os parques verdejantes
e tudo
que está a seu dispor
no lado de fora
te esperam pacientemente.

Abre as portas
dessa cela suja
e mal cheirosa,
sai pelo pátio
a bramir o gosto
fugidio de tua
liberdade.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Filtros da Realidade

De onde devemos partir para o auto-descobrimento? Das ideias que fazemos de nós? Do papel que desempenhamos no dia-a-dia? Ou será que podemos ir um pouco mais a fundo na nossa essencialidade? É a partir do olhar puro sobre nossa essência que contemplamos a realidade do ser. Essa realidade, além de todos os conceitos possíveis e imaginários que possamos construir, é ilimitada e livre. É a própria realidade de todas as coisas, só que nem sempre enxergamos as coisas que nos circundam como aquilo que É, sempre temos filtros a partir do qual definimos o que vemos, o que ouvimos, o que tocamos. Removendo os filtros fica o que?
Estou escrevendo agora sentado em frente ao computador. O que é isso que vejo? O que é esse barulho que soa ao digitar? O que é esse silêncio sepulcral que vem de fora, já agora no cair da noite, com pouco ou quase nada a soar? O que é esse silêncio?
Se não dou nome a nada disso, se não me apresso em dar uma definição e pronta resposta a todas essas perguntas, passo a me aproximar do que é de mais íntimo. É a própria intimidade que dá o sabor da liberdade, pura e simplesmente livre de ser e ver, tocar e ouvir.
A tradição Zen, por essência, vai mostrando ao praticante, e sem dizer uma única palavra, aquilo que está estatelado na nossa frente e não vemos com os olhos do mundo.
Mas para se aprofundar nessa realidade, não é regra estarmos vinculados a qualquer tradição pois em realidade essa realidade não tem nome, nem é uma escola, nem tampouco é uma organização religiosa. Essa realidade está vinculada tão somente à vida em si, ficando a cargo de tais tradições serem utilizadas como uma ferramenta para abrir os olhos da alma, por assim se dizer.

Jogos Mentais

Vejo que muitas das relações que travamos vêm embutidas sutis contratos sociais, onde eu, enquanto individualidade que me reconheço, ajusto com o outro - seja quem for - um acordo do que iremos falar ao nos encontrarmos, ou até que ponto irá nosso relacionamento. Essa é uma manobra do ego formado pelas duas partes da relação, eu e o outro, querendo coisificar algo que está além de acordos ou tratos. O relacionamento, seja em qual forma for, deve ser a personificação da abertura do meu ser ao outro, que se abre a mim, e só a partir daí haverá uma relação saudável, não programada. Mas não é isso o que acontece em geral, e às vezes o jogo é tão sutil que nenhuma das partes reconhece que está jogando o jogo do ego.

Conceitos e rótulos

O que é o que somos em verdade? Somos aquilo que pensamos, ou seja, um médico, um advogado? Em verdade, somos isso e muito mais, pois o tanto de vida que corre em nós não está ligada a esses conceitos específicos, nem tem nenhuma categoria pra nos encaixar. Nós, nosso ego é que nos encaixa. Pense que viver sem esse encaixe em categorias e conceitos nos torna indivíduos destituídos de uma identidade fixa, o que é maravilhoso, pois podemos ser tudo e ao mesmo tempo nada.
Há um princípio inteligente perpassando a tudo e em especial neste corpo-mente, que independe de nossa vontade de querer para que ele se manifeste. Somos Isso, se é que tal categoria pode chegar tão próximo do que ela está tentando apontar. Somos esse princípio atuante, que à noite nos torna sonolentos, de dia nos dá energia para realizar as tarefas cotidianas.
Tal princípio está atuando em tudo e nós não percebemos justamente por estarmos nos encapsulando a cada momento, e assim deixando de reparar que tudo está se movendo numa sinfonia de ordem e caos, nossas células sendo repostas automaticamente, tudo acontecendo independentemente de nossa vontade pessoal e egóica.
Viver a partir do que esse conceito aponta nos tira dos ombros uma pesada carga que carregamos inutilmente, e nada mais faz do que criar uma espessa camada de fumaça sobre a realidade.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Experimentar

Simplesmente sendo, ouço os barulhos que foram deixados pra trás na correria midiática da vida que está sempre a nos espreitar, ao ponto de achar que tem algo errado em sentar no sofá da sala e mais nada, com a televisão desligada.
O mesmo pode ser visto quando estamos num ônibus no trânsito, ou numa sala qualquer, que a princípio nos dá uma sensação inquieta, e pararmos para perceber o quanto de vida há para ser degustada até numa situação dessas: a pessoa lendo o jornal, a forma do cabelo dela, as atitudes das pessoas sentadas na mesma sala, o telefone que toca e a secretária atende, ou até mesmo o quanto de vida está pulsando dentro da gente justamente num local como esse. Se o nosso corpo está confortável ou não, se o ar condicionado está forte e o vento está soprando forte na nuca, enfim, até em momentos aparentes de que nada está acontecendo, se tivermos o olhar puro de uma criança de 2 anos de idade, voltaremos a esse passado maravilhoso que tivemos em nossas vidas e experimentaremos, como ela, tudo que está a nossa volta.

Desenvolvimento Integral

Falar em controle, em querer que as coisas aconteçam da forma que imaginamos, é arrogar-se em não querer deixar que a vida seja vida. Tudo que acontece vem de forma natural, ao deixar-se levar pela vida, botando nosso coração em suas mãos como o pequeno bebê está totalmente entregue aos cuidados de sua mãe.
O problema é o desejo, pois ela é a mola mestra da sociedade em que vivemos, e está estampada na mídia em mensagens subliminares, que nos dá a certeza que a realidade é o justo contrário: tudo depende de nós, e atingiremos os objetivos se nos empenharmos ao máximo no que for. É claro que qualquer ação pré-meditada é fruto do ego no indivíduo que não se deixa ser.
Cada indivíduo tem sua configuração, e se a programação é do mesmo ser um trabalhador inverterado, assim ele será. Se a sua configuração é a de alguém que move a passos lentos, e não liga muito para o tema da ambição, a vida não o rejeita, e dá a oportunidade de deixar tudo ser.
Vendo assim, podemos concluir que o passo mais importante para o indivíduo é entregar de todo coração ao seu próprio coração todas as nuances de atitudes tomadas durante os dias, sabendo que o que tiver que ser a partir deste corpo-mente, assim será.
A confiança tem como subproduto uma vida mais harmônica, o que não quer dizer que na entrega não haverá muita ação, que pode ser o justo contrário, dependendo da configuração de cada um.
Quando não há obstáculo impedindo a energia vital de se manifestar neste corpo-mente, acho até que há mais comprometimento seja nas relações interpessoais, seja no trabalho exercido, podendo-se chegar a ser - sem que haja qualquer plano neste sentido - uma luz a brilhar pelos olhos, em benefício do desenvolvimento integral do ser humano.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Jogos de Bondade

Mais do que jogos de bondade, que são uma simples manifestação do ego querendo assimilar-se ao ser em equilíbrio, podemos simplesmente relaxar dentro da existência, do dia-a-dia e tudo que demanda nossa atenção nele.
Se não mais temos a agenda de movermos no mundo a partir da ideia que fazemos de nós mesmos, vamos notando que há um relaxar que em essência é o próprio amor.
A partir do estabelecimento dessa energia no interior, ela vai impregnando o que quer que façamos, e notamos uma sintonia muito mais forte e muito mais eficaz do que gestos de bondade.

Jogos do Ego

Delegar à vida uma tarefa que na verdade é dela, é um sinal de que a individualidade está madura o suficiente para cair, como o fruto cai da àrvore quando está maduro.
O deixar-se ser livre de intenções denota a ruptura com o jogo jogado pela maioria, do controle das situações, do que dizer, quando dizer, o que fazer, quando fazer.
Tudo é uma manobra sutil do ego querendo fazer-se perpétuo, ao passo que a simples hipótese que está sendo levantada desencadeia outra manobra sutil do ego, o medo.

O fluir da vida

E se não tiver que fazer nada por parte da intenção do sujeito, mas unicamente despojar-se desse que tem que fazer algo, que tem que tomar conta das coisas senão fode tudo. E se a vida é inteligente e sabe muito mais do que nosso eguinho o que tem que ser? E se a vida nem pensa nada, só vai rolando de forma pura em tudo? E se eu me der conta que a vida só não está rolando de forma pura aqui nesse corpo, mente e atitudes, pelo simples fato de eu estar me metendo muito em assunto que não fui chamado? E se for verdade isso tudo, que eu só estou fudendo tudo ao meter o nariz onde não devo?

Seres humanos em sua arrogância

O fluir demanda pelo nosso reconhecimento da futilidade de nos metermos no meio da vida e querer controlar as situações, sempre como o egozinho quer, do jeitinho gostoso que ele quer, criando a separação desse indivíduo da vida em toda sua aventura.
Quem sabe eu mande um dane-se pra tudo e deixar que essa energia que sustenta o Universo tenha minha permissão - alta permissão dada a importância que dou ao meu ego -, para entrar e tomar conta do show? Faz aí, porra, faz o que tu quiser fazer com essa merda!
Meu maior ídolo é o Sistema Solar, que não reclama de nada e deixa com a energia a tarefa de fazer rodar e cuidar de tudo.
Eu não! Tenho conta pra pagar, tenho que fazer outra pós-graduação pra melhorar meu currículo, e não posso ter essa confiança na tal da energia, até mesmo porque, e se não rolar isso com os humanos?

O Som Harmônico

Quem escuta a música que está tocando? É claro que sou eu, mas sobreponho a este que está escutando a música uma carcaça mental com nome, preferência musical que nada mais faz com esse simples momento do fluir do que a sobreposição. Daí, deixo pra lá a música que estou escutando e categorizo ela mentalmente, sempre egoificando algo que é primal: o som que está saindo dessa caixa de som.
Falar em som e caixa de som também é uma forma de coisificar algo que é de essência, qual seja, o som harmônico,

Relato

Sem as amarras do ego, o simples fluir da vida em todas as suas nuances é simplesmente reconhecido como algo sempre existente.
Mas se eu enquanto individualidade tomei a poção mágica do desaparecimento, o sumiço de todo o resquício da auto-referência nas ações tomadas por este organismo, quem então reconhece isso?
O fato é: há uma música tocando ao fundo, uma pequena dor no estomago sem a auto-referência.
Até o fato de estar escrevendo contando essa historinha bonitinha de um ser sem ego já condensa o fluir, pois há notadamente uma intenção egóica em relatar isso. Talvez sem essa intenção eu nem estivesse escrevendo, estaria escutando música deitado.

domingo, 5 de julho de 2015

Sem título

Rastejante,
chega ao termo
de suas idas e vindas
ao vale das sombras.

Desperta!
E toma o aprumo
erguendo seus caminhos
nos vales e montes,
pelos quais adentrará.

Esqueça tudo
que faça referência
ao pequeno Si mesmo,
e viva livremente
cantando tua canção
de dor e de amor.

sábado, 27 de junho de 2015

Fragrância

Vidas
tramitadas
ao sabor
dos ventos,
estímulos
diversos
captados
pela alma
plenificada.

Tem
ao seu dispor
todo o mundo,
todas as manhãs.

Encontra
a paz de se
ser o que é,
de viver em
essência,
e sai pelo
mundo afora
espalhando
a fragrância
do Ser que
encontraste.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Caminhos de Vento

Tenho por
destino
a aurora
dos caminhos de vento.

Tenho por certa
a chegada dos
raios de sol
a estremecer
as brumas
que distraem
o fulgurar da luz.

Raios cintilantes.
Toma o que é teu,
por direito,
e resplandece.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Caminho de Lua Cheia


Propusete
o caminho
de lua cheia,
estimaste
esta jovem alma
em seus caminhos
tortuosos,
com a resolução
dos conflitos
inexistentes.
Conflitos atravancados
pelo
obscurecimento
das ideias.

Explêndida!
Realidade
que tudo soluciona
no mundo de plenas
insignificâncias.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Manancial

Destroça
Teu fastio de terra
Tuas cercas
de arame farpado
e percorre as
profundezas
da floresta
do Ser.

É lá
que se encontra
o manancial
de águas límpidas
de qual espelho
refletirá
a luz
de tua
obra, finalizada.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Sol Refulgente

Tome por conta
a alvorada
da paixão
a crescer
dentro do peito,
teu sol refulgente.

Aquecido,
vão os sonhos
deste ser em marcha
a serem
soltos ao vento,
demonstrando
o quanto
de vida
tem para
oferecer,
o quanto
de luz
a espalhar
de forma difusa
perante os cantos
remotos
dos caminhos trilhados.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Conselho do iogue

Estimo
pela força motriz
que adormece
no santuário interno.

Olvidada,
dadas as distrações
que envolvem
a rotina dos dias,
dada a
vida massificada
levadas pelos
seres em marcha.

Eis que num canto
em quietude,
fico imóvel
corpo ereto
mente atenta,
momento
a domesticar
o leão voraz
que jaz no íntimo.

Proporciono
uma maior intimidade
com a mente profunda.

Eis o segredo
dos iogues
a vida simples,
porém repleta
de bençãos
que levam.

Tragamos
para nossa individualidade
o exemplo maior
a seguir.

domingo, 26 de abril de 2015

Cristalizado

Destacada presença
a exalar o perfume
da paixão.

Solavanco
a retirar
a grossa camada
de lodo
depositada
em meu coração.

Tens a propriedade
de mexer com
as nuances
de minha alma.

Pedra preciosa
encravada
na rotina
dos meus dias,
petrificando
e cristalizando
o amor maior
em meu peito.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Promessa de uma Vida

Tua é a glória
teus são os caminhos
trilhados com presença.

Teu o suave aroma
vindo a preencher
as lacunas do meu coração.

Acredite em mim
quando digo que
não seria nada sem você,
talvez um errante,
não mais que isto.

Elevaste-me às alturas
com os versos ocultos
sussurrados ao meu ouvido
fato que talvez nem tenhas
percebido.

O tempo ao teu lado
é tempo ganho de vida,
ganho de tempo grato
tempo ao lado teu,
tempo de ganho meu
tempo de gratidão
suave presente
que a vida ofereceu.

sábado, 11 de abril de 2015

Rumo e Aprumo

Selada
por sobre
o céu
a infinitude
do espaço
em sua
tenebrosa
escuridão
vai o
viajante
rumo
ao deserto
da sociedade.

Toma refúgio
nas nuances
passadas
antes
desapercebidas,
dada a confusa
agitação
da cidade grande.

Em si,
toma
novamente
seu rumo
e aprumo.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Degetos

O distrato
com o Juízo
de sombras
eleva
à enésima potência
o manancial
de águas límpidas
no coração
do meu ser.

Reconheço
o afluente,
antes turvado
pelos degetos
deixados
pela sociedade
dos homens mortos.

Justificativas
são vaidades
jogadas ao vento.

Tomo a responsabilidade
pelos caminhos trilhados.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Andanças

Patente
o reflexo
de tuas
idas e vindas
ao vale
do amor.

Tomo
pra mim
que és
plena,
que tomas
as decisões
de tuas
andanças
amparando-se
na bússola
da paz,
nos indicadores
da eterna
bem-aventurança.

Frenesi
silencioso
por este
vale de flores.

terça-feira, 31 de março de 2015

Estrada de Vento

Seguirei.
A estrada delineada
com os atributos
de rosas e flores
me guiará
rumo à infinitude
do eterno.

Constante desabrochar
das pétalas deixadas
pelos caminhos de vento.

Estimo
cada passo dado,
cada nuance percebida
nessa estrada de luz
que se escancara
à minha humilde
e estupenda
verdade.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Labirintos de Amor

Retorno
à redoma,
ao palácio
de fina bossa,
com as
suntuosas
suites
revestidas
de puro charme.

Nossa
singela
homenagem
a Eros,
Deus do Amor.

Traçemos
os planos
superiores,
e nos percamos
nos labirintos
dessa mansão
perfumada.

Guarde tudo
em segredo.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Nuances da Noite

Escrevo
um verso,
a exalar
o perfume
da noite,
na benfazeja
graça.

O
recanto
do lar
é o palco
desta presença,
desta silenciosa
melodia
entronizada,
dados os
acórdes
flutuantes
que pairam
sobre as nossas
cabeças.

É tudo
uma questão
de fazer-se quieto
para escutar
a vida
em suas
nuances
de amor.

Pássaros

Em estrada
de vento
vou partir
rumo
à infinitude
do azul,
aprender
um algo
mais sobre
os caminhos,
as voltas
sobre a
linha da vida.

Te espero
com todo
o entusiasmo
do ser,
todo
o carinho
a festejar
o reencontro
de duas almas.

A cruzar, juntos
nesse caminho
de chão batido.

Seremos unos
tentando
alçar
nossos corações
às alturas,
como os pássaros

terça-feira, 24 de março de 2015

Voar Livre

Voar livre,
Corpo livre,
estampo
a luz do Sol
em meu peito,
e saio pelos montes,
a propagar
a liberdade
de decidir
os caminhos a trilhar.

Mente quieta,
corpo quieto,
nulidade
que se faz presente.

Eu vejo paz
nesta estrada,
iluminada
pela luz
natural.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Cegos e Surdos


Procuro
no limiar
desta
noite espessa
a luz
que jaz
no íntimo
do Ser.

Espantosa
realidade,
traduzida
infielmente
pelos conceitos
e regras
da mente pensante.

És a ti
que venero,
desnuda
e atraente
como sempre
se mostrou
aos cegos
e surdos.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Rotinas

Estimada realidade:
Bebo o cálice
de teu amargo
sangue,
a renovar
as demarcadas áreas
do meu corpo.

O condicionamento
tornou-as
mortas.

O ar encontra-se
estancado no peito,
sem rota de fuga.

O contato
com a dor
da existência,
minha estranha
e inimiga,
retoma a
vida pulsante
no âmago
deste corpo
combalido
pela ação
dos holofotes,
das luzes artificiais.

Retomo
a estrada
de terra,
de chão batido,
e adentro pelas
vielas dessas
veias pulsantes,
colorindo
a rotina
dos espaços
mórbidos
encontrados
no meu ser.

domingo, 15 de março de 2015

Controle das Nações

Aglomerados.
Perco de vista
o estrago
talhado
pelo empenho
das forças
de controle
das nações,
a forcejar,
domesticar
as almas
daqueles
que se recusam
a tomar partido
de suas próprias
liberdades.

Tomemos
por exemplo
o método
de repetição
e doutrinação
das massas,
ao qual
estamos infelizmente
inseridos,
a adornar
com falsas
guirlandas,
o que devemos
pensar
do mundo
e sociedade.

Arte da Espera

Tenho por
escopo
o esforço
de uma vida
ancorada
em vias
do encontro
com a estrada
da vida
aberta ao luar.

Os rios
passarão
com as águas
fluidas,
com os objetos
deixados à sua margem.

A disposição
para arte
da espera
remonta tempos
passados,
onde a obrigação,
a tarefa, era perfeita
em sua nulidade.
Dias idos
a serem reencontrados.

Tinta Dourada

Conto
com poucos
contos
a minguar
a conta
das incontestáveis
obrigações.

Será
que as
benesses
cativadas
aos personagens
cativos da nossa
alta sociedade,
contam,
não só com
com os contos,
mas com a alegria,
a liberdade de caráter
contabilizadas aos filósofos -,
contrariando a vida programada
e talhada em tinta dourada?

terça-feira, 10 de março de 2015

Clara Luz

Estradas desertas
Pontes incertas
Atravesso
esta
rua
a partir
perante os
bailes da vida,
pois a festa que
aqui se festejava,
já findou há muito.
Parto com vista
de um novo
olhar, uma
nova luz,
clara
luz.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Lágrima de Amor

Lágrima de amor
a cadenciar tua preciosidade.

Infinito ser almejado
com estrelas brilhantes,
extremismos enfeitando
a rotina opaca do meu dia.

Espero em ti
o amor que esperas
em mim.

Degladio
com a força
que me invade,
vindo de ti,
e a domino
com a violência
do amor,
subjugando-a
ao colocar
todo meu ser
aos teus pés.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Detalhes

Fina lisura
de tuas palavras
a reconhecer
o fastio
do mundo
que nos cerca.

Adentremos
o quarto
da Lua Azul,
e nos percamos
nos detalhes
pequenos
de nós dois.

A roda-viva
continuará
a girar
em sua
interminável rotação,
a nos convidar
ao ingresso
em seu mundo
dotado de realidade.

Melhor
despirmo-nos
deste choque intenso
de dor.

Revistamo-nos,
melhor,
de nossa
linda
fantasia...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Cúmplices

 
Pugna
por este
teu
indelegável
direito,
por esta
incontestável
realidade.

Propague
aos quatro cantos
tua disposição
para este momento.

Sozinhos
que estamos
a nos render
perante a flecha
da paixão,
ao indisfarçável
tremor deste
frágil corpo.

Mostra
que a
marca
do amor
desses dois
seres,
fustigados pela
adoração mútua
atravessa horizontes,
e acaba por achar a tão
almejada paz, no peito deste
cúmplice dos caminhos vividos.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Coração Vadio

Acena para o alto,
Para a cena estampada
Em teu peito.

Abre as asas
Desse coração vadio.
Toma por empréstimo
O mote da paz
E dá como garantia
A brisa suave
Em tua sublime expressão.

Marcas de tempos
vividos,
Sonhos em vigília
a cadenciar
o renascer da
vida...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Farfalhar

Escuto
cá em meu
aposento
o farfalhar
da espessa
folhagem
resistindo
à ação
do vento.

Tomo por
configurado
o que
se demonstra
uma lúdica
brincadeira
dessa força
natural
a adentrar
minha
casa.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Vale das Sombras

Normatiza
tuas andanças
pelos palcos
da vida,
controla
a medida
de tuas
ações,
categoriza
na lógica
cartesiana
os artefatos
de tua
disposição
bélica,
ancorado
que estás
no vale
das sombras.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Puro Incenso

Paira
sobre a 
sombra
de teu peito
uma nuvem
carregada
com o 
peso
da
dor.

Chora 
sobre mim
todo teu
pranto.

Vira 
a página
que escreveste
com esta tinta
negra.

Abre agora
o livro do amor,
folheia as páginas
perfumadas
de puro
incenso,

Eis que
tuas idas
e vindas
ao palco
das sombras
amargarão
prejuízo.

Demandas de Amor

De onde
surgiste
te colocaste
de frente
com dedo
em riste.

Demandaste
o puro amor
eis que
evidente.

Coloriste
minha
estrada
de sonho,
antes turvada.

Espectro de luz
a invadir
os aposentos
do meu
coração.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A Estrada do Sol

Surgindo
do coração,
da tela
de minha
realidade,
encontro
a verdadeira
face,
aquele
que adormece
irreconhecível.

Perdido de si,
vez que
são muitas
as distrações,
variado
o chamar
do complexo
sistema
de pensamento.

Abandono-te
e sigo
a estrada
do Sol,
por onde
encontro
as flores
perdidas
no meu próprio
jardim.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Atributos das Rosas

Extravasa!
Rompe os limites
desta porta de aço,
deste cordão
ilusório
de isolamento.

Perca-se
nos campos,
nas pradarias
do Absoluto.

Não forcejo
vez que
os atributos
das rosas
estão a exalar
seus perfumes
inobservadamente.

Força

Força
da diagramação
dos caminhos
vividos,
dos sonhos
a serem 
compartilhados,
És a ti que 
venero,
És a ti que
as andanças
os pontos ocultos
a face do sorriso
forçado
prestam
suas estranhas
homenagens.

Perco de vista
o preço da tua
liberdade,

Poupo meus 
esforços
diante 
da magintude
de tua Presença.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Alma Indigente

Descarto
a pureza
de tuas intenções.

Sei que estás
coberto
de lodo,
desdenhando
do nobre
potencial
a ti atribuído.

Desfaça
a máscara de pedra
talhada
com esse sorriso
hipócrita.

Desce do teu
salto
e mostra ao mundo
a indigência
de tua alma.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Alma Sequiosa

Atravesso
o mar do amor
para chegar
ao teu coração
em extático
torpor.

Entorpecido
pelas vielas
da paixão,
os meandros
do prazer.

Estremeço
minhas
sólidas bases
ao virar
minha alma,
agora luzente,
ao teu
pleno dispor.

sábado, 17 de janeiro de 2015

A Mão de Deus

Toco
com a mão
de Deus
teus cabelos
castanhos,
tua alma
de menina.

Esconde
pelas
lindas
tranças
o teu perfume
o segredo
de tua beleza.

Mostra pra mim
quando nos amarmos
para que assim
possamos avançar
na estrada da paz.

Te amo!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sol ofuscante

Expulso
o poder das trevas
sob o Sol ofuscante
do Amor.

Degladio
a batalha final
ostentando armas
inofensivas, posto que
carregadas com o
armamento
da paz.

Docilidade
do disparo
na face
da dor.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sintonia do Amor

Demarcada.
A rota das
estrelas
cadenciam
o palpitar
do meu
coração.

Espectro
de fina luz
sintonizada
no calor
do meu
peito.

Fugidio,
ávido pela
sombra fresca,
descansa debaixo
da àrvore repleta de luz.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A Rota dos Mares

Foge de minha vista
o olhar furtivo
estampado em tua fronte.

Rememoro nossas andanças:
Catálogo de flores
e de mata virgem!

Tenho pra mim
que do momento em que nos despimos
da hipocrisia da alma
alçamos altíssimos
patamares,
traçando nossa rota
pelo mar da liberdade.

Ventos favoráveis estão por vir...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Desfaz


Estrofes
remontam
tempos passados.

Vivências
idas
sonhos
partidos.

Segue-te
e vive
o limiar
da pureza
desta cena
aberta
a ti,
que se esconde
de tudo
em teus
doces
emaranhados.

Direciona
tua energia
ao que nada
se compara,
desfaz tuas
reles conclusões.