quarta-feira, 8 de julho de 2015

Filtros da Realidade

De onde devemos partir para o auto-descobrimento? Das ideias que fazemos de nós? Do papel que desempenhamos no dia-a-dia? Ou será que podemos ir um pouco mais a fundo na nossa essencialidade? É a partir do olhar puro sobre nossa essência que contemplamos a realidade do ser. Essa realidade, além de todos os conceitos possíveis e imaginários que possamos construir, é ilimitada e livre. É a própria realidade de todas as coisas, só que nem sempre enxergamos as coisas que nos circundam como aquilo que É, sempre temos filtros a partir do qual definimos o que vemos, o que ouvimos, o que tocamos. Removendo os filtros fica o que?
Estou escrevendo agora sentado em frente ao computador. O que é isso que vejo? O que é esse barulho que soa ao digitar? O que é esse silêncio sepulcral que vem de fora, já agora no cair da noite, com pouco ou quase nada a soar? O que é esse silêncio?
Se não dou nome a nada disso, se não me apresso em dar uma definição e pronta resposta a todas essas perguntas, passo a me aproximar do que é de mais íntimo. É a própria intimidade que dá o sabor da liberdade, pura e simplesmente livre de ser e ver, tocar e ouvir.
A tradição Zen, por essência, vai mostrando ao praticante, e sem dizer uma única palavra, aquilo que está estatelado na nossa frente e não vemos com os olhos do mundo.
Mas para se aprofundar nessa realidade, não é regra estarmos vinculados a qualquer tradição pois em realidade essa realidade não tem nome, nem é uma escola, nem tampouco é uma organização religiosa. Essa realidade está vinculada tão somente à vida em si, ficando a cargo de tais tradições serem utilizadas como uma ferramenta para abrir os olhos da alma, por assim se dizer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário